NOSSA COORDENADORA

DÉBORA DAMASCENO

Não estava procurando a Psicanálise e ela me encontrou. Na época eu estava em meio a minha graduação em Filosofia na Universidade de São Paulo e uma amiga me convidou para acompanhá-la numa entrevista numa escola de formação em Psicanálise. Para encurtar a história, me matriculei no curso e ela não. Em seis meses eu estava dando aula sobre temas fundamentais da Psicanálise na escola em que estudava e cada dia mais apaixonada pelo meu próprio processo psicanalítico. E ao final de três anos estava em Paris, cursando uma especialização em teoria psicanalítica.

 

Eu me descobri primeiro como professora, ensinar era uma parte deliciosa do processo de estudos, ao qual sempre fui muito dedicada. A Psicanálise me trouxe uma clareza sobre o que motivava as ações das pessoas em torno de mim e por reflexão, o que motivava as minhas próprias ações e eu queria ser capaz de explicar isso com cada vez mais clareza e simplicidade para que todos, ou ao menos todos em torno de mim, compreendessem o potencial de transformação, de leveza, de compreensão que o conhecimento dos processos psíquicos pode trazer.

Psicanálise não é uma disciplina dogmática, a maneira das religiões, que não pode ter seus preceitos questionados, também não é única ferramenta possível para interpretar o nosso funcionamento físico-corporal, ou seja, ela não resolve tudo e tão pouco é adequada para todo mundo, a imagem que eu mais gosto de usar é a imagem do namoro: você pode conhecer uma pessoa interessante, inteligente, bonita, com a qual você até gostaria de conviver mais, mas não de namorar. Psicanálise é para mim o que fez as melhores perguntas e organizou meu conhecimento e meu modo de vida. É a minha principal atividade intelectual e é a minha ocupação profissional por excelência. O nosso ambiente comunicativo na atualidade está cheio de orientadores e mentores que nos dizem para encontrar algo que realmente goste de fazer e assim nunca ter que trabalhar novamente, embora eu discorde desse discurso que, na maioria dos casos  vem para responsabilizar o trabalhador por seu cansaço natural diante de exaustivas jornadas de trabalho mecânico, poderia dizer em coro com eles: Nunca trabalhei, sempre fui psicanalista.

BREVE CURRÍCULO

Bacharel em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH -USP) 

Pós-graduada em Teoria Psicanalítica pela Universidade Paris VII (Sorbonne)

Formação em Neuropsicanálise – Departamento de Estudos Comportamentais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 

E para saber o que ando escrevendo, lhe convido a acompanhar as publicações do nosso blog.

LIVROS FUNDAMENTAIS

Recordar, repetir, elaborar – Sigmund Freud

A função do orgasmo – Wilhelm Reich

Cinco lições de Psicanálise – Sigmund Freud

Dom Quixote – Miguel de Cervantes

Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

Interpretação dos Sonhos – Sigmund Freud

Apologia de Sócrates – Platão